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MUNDO

Ilha privada na Escócia é colocada à venda por US$ 7,44 milhões

Shuna abriga oito propriedades residenciais, um castelo em ruínas e rebanhos de ovelhas, mas não tem estradas de verdade e o sinal de celular é apenas razoável

Pela primeira vez em quase 80 anos, toda a ilha de Shuna, na costa oeste da Escócia, está à venda. Shuna tem aproximadamente cinco quilômetros de comprimento, 2,5 quilômetros de largura e abrange mais de 400 hectares. A ilha abriga oito propriedades residenciais, um castelo em ruínas e rebanhos de ovelhas, mas não tem estradas de verdade e o sinal de celular é apenas razoável.

Esse cenário pode não ser ideal para todos, mas certamente é o refúgio dos sonhos de alguém. Para essas pessoas, a ilha está listada por £ 5,5 milhões (US$ 7,44 milhões) junto à imobiliária Knight Frank.

— Ela sempre foi uma ilha dos sonhos e uma grande parte da vida de todos nós — diz Jim Gully, cuja família é proprietária de Shuna desde o fim da década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
 

Ele conta que sua avó — a Viscondessa Selby — comprou a ilha depois de entrar em um escritório de imobiliária em Londres e perguntar se eles tinham alguma ilha nos cadastros.

— Foi uma época bastante traumática para muitas pessoas, e ela estava em busca de um novo começo — diz ele, compartilhando a história da família. — Acharam que era uma pergunta meio excêntrica. Eles tinham uma ilha na costa oeste da Escócia. Então, ela comprou a ilha e levou a família para lá.

Gully foi criado em Shuna:

— Foi um lugar idílico para crescer, explorar e viver aventuras. Conforme crescíamos, começamos a nos envolver com a agricultura, os chalés de férias e esse lado do negócio também — relembra.

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Segundo ele, seu pai, Edward, dedicou sua vida a Shuna, criando a família ali e iniciando um negócio de aluguel de temporada e de caça esportiva. Mas agora ele se mudou para a vizinha Seil e, com o avanço da idade, espera direcionar suas energias para outras áreas.

— A ideia é que uma família ou alguém com uma nova visão chegue e invista — diz Gully.

Detalhes sobre a ilha
Os 445 hectares da ilha de Shuna apresentam uma combinação de costas rochosas, baías abrigadas e praias. O o é feito de barco a partir da Marina de Craobh ou do Píer de Arduaine no continente, em uma viagem de cerca de 10 minutos. A ilha também conta com pontos de pouso para helicópteros, embora não tenha um heliporto oficial.

Shuna não está conectada à rede elétrica principal, então painéis solares, turbinas eólicas e geradores de reserva fornecem energia para os chalés da ilha. Gully diz que a localização protegida torna o local um refúgio para a vida selvagem. Ele já viu veados-vermelhos, gamos, águias, além de vida marinha como golfinhos e focas. O ponto mais alto da ilha atinge cerca de 90 metros acima do nível do mar, segundo ele:

— É uma elevação suficiente para que exista todo tipo de flora, fauna e paisagens interessantes. É simplesmente um parque de diversões incrível.

O que Gully chama de seu “parque de diversões de infância” tem sido ível a visitantes durante os meses mais quentes. Sete das propriedades residenciais são atualmente operadas como casas de férias, com capacidade para acomodar até 52 hóspedes. Os chalés podem ser alugados de abril a outubro, com preços que variam de aproximadamente £ 675 (US$ 917) a £ 1.300 (US$ 1.766) por semana, dependendo da estação.

Cada casa tem seu próprio barco, permitindo que os hóspedes explorem a região. Entre as atividades disponíveis estão arco e flecha perto das ruínas e a possibilidade de participar voluntariamente na condução de ovelhas.

As casas possuem cozinhas, mas o local mais próximo para comprar mantimentos fica fora da ilha, na cidade de Oban, a cerca de 32 km. Há também uma oitava casa, onde costumam ficar os caseiros.

Gully diz que o local oferece uma estrutura muito simples e tranquila, ideal para quem deseja se desconectar da rotina e aproveitar a beleza natural da Escócia. Ele acrescenta que a família já recebeu hóspedes que visitaram a ilha quando crianças e, anos depois, retornaram com seus próprios netos.

A ilha tem uma história rica. Evidências arqueológicas indicam que foi ocupada pela primeira vez há cerca de 9.000 anos. Algumas espadas da Idade do Ferro foram até encontradas em um pântano no final do século XIX.

Shuna foi dada de presente por Roberto I, da Escócia, ao Clã Campbell em 1321, antes de ser transferida posteriormente para um ramo do clã Maclean. Em 1910, Shuna foi leiloada a George Buckley, que fez fortuna durante a corrida do ouro na Austrália.

Buckley construiu o “castelo” da ilha, com torres e tudo, a um custo equivalente hoje entre £ 10 e £ 30 milhões, segundo os corretores. Eles também afirmam que o arquiteto de Buckley estava a bordo do Titanic rumo aos Estados Unidos para vender projetos de mais castelos semelhantes ao de Shuna.

— O castelo não é tão antigo assim — diz Gully, que morou nele quando criança.

A construção entrou em decadência em meados da década de 1980.

— Mas acho que ter um telhado plano não foi uma escolha de design muito acertada para a Escócia.

Quanto ao tipo de comprador que ele imagina para a ilha, Gully diz que pode visualizar facilmente um investidor querendo transformar Shuna em um resort ecoturístico cinco estrelas.

A restauração ecológica é um tema em alta na Escócia atualmente. O bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen tem ganhado destaque com seu ambicioso projeto de conservação chamado WildLand, que cobre 220.000 acres (89 hectares) e inclui chalés de luxo, lodges e um castelo onde os hóspedes podem pernoitar.

Claro, Shuna também pode se tornar um retiro extremamente privado para alguém em busca de um lar familiar afastado de todo o estresse da vida moderna, diz ele.

— Fizemos o que pudemos com a ilha. Nunca tivemos muitos recursos para investir em transformá-la. Então, a ideia de que alguém possa chegar, investir e dar nova vida à ilha é empolgante — afirma.

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