Terezinha do Acordeon segue inspirando toda uma nova geração de sanfoneiras
A primeira mulher nordestina a subir num palco tocando sanfona, formou, aos 12 anos, seu primeiro grupo de forró.
Terezinha Bezerra Chaves, Terezinha do Acordeon, é de Salgueiro, Sertão pernambucano. Ganhou uma sanfona do pai aos 12 anos de idade e formou com os irmãos seu primeiro grupo de forró. Dois anos depois, ela já tocava profissionalmente numa banda com Raimundo Carrero, que viria a se tornar um premiado escritor. Terezinha é a primeira mulher nordestina a subir num palco tocando sanfona e segue inspirando uma nova geração de sanfoneiras.
Nesta quinta-feira (12), ela conversou com a âncora Patrícia Breda e relembrou toda a sua trajetória e o amor pela música, o que a levou a tocar sanfona e enveredar pela vida artística. Acompanhe a entrevista completa ando o player abaixo
“Aos sete anos vi, pela primeira vez, Luiz Gonzaga tocando sanfona. Aquele encontro me marcou profundamente e decidi, ali, que queria tocar sanfona. Meu pai achou engraçado, uma menina pequena lhe pedir uma sanfona. Aos 12 anos ele me deu o instrumento, uma zabumba, um triângulo e um pandeiro. Formei com meus irmãos e um amigo meu primeiro grupo de forró e começamos a tocar em festas escolares. Dois anos depois fui tocar na banda formada por Raimundo Carrero. E segui o caminho musical”, conta Terezinha.
O amor pela música tomou conta dessa história.
“A princípio, tocava apenas para me acompanhar, e me surpreendi quando de repente virei ‘ Terezinha do Acordeon’ e ei a inspirar outras mulheres a tocarem sanfona”, conclui.
Com mais de uma dezena de discos no currículo, Terezinha do Acordeon comemorou 60 anos de estrada em 2024, com direito a uma exposição sobre sua vida e obra em Olinda. Reconhecida como a primeira mulher sanfoneira do forró, a artista também fundou a Troça Carnavalesca Sanfona do Povo e a Orquestra Sanfônica de Pernambuco. Todas essas contribuições para a cultura local renderam a Terezinha o título de cidadã recifense em 2017.
“Só lamento que neste mês de junho, quando festejamos nossa tradição, mês tão nosso, tão nordestino, grande parte de nossos artistas não estejam se apresentando. Parabenizo a Prefeitura do Recife pela excelente grade de programação, dando vez aos nossos forrozeiros, aos nossos sanfoneiros. Em junho a festa é nossa”, afirma Terezinha.
E ela segue incansável na valorização de nossas tradições e até comentou, durante a entrevista, que sempre recebe mensagens de jovens sanfoneiras de outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, que lhe parabenizam e afirmam terem sido inspiradas por ela. Motivo de orgulho para Terezinha e para nós também.
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